Bienvenido a una otra América Latina posible

Bem vindo a Uma outra América Latina possível

2°A e 2°B

Estatização: uma proposta válida?

10 de novembro de 2007

por Aline Heloise Martins

Sendo que as privatizações colocam em risco o emprego e o sustento, dentre outras coisas, da população de um país, por que não propor como solução a estatização?
Empresas estatais, além de garantir emprego, garantem serviços mais baratos e melhores que empresas privadas, pelo simples fato de não visarem única e exclusivamente a obtenção de lucro e sim o atendimento das necessidades da população.

Com a estatização, evita-se também o controle de mercado, ou seja, o povo não corre o risco de ser explorado por empresas privadas que monopolizam a prestação de serviços básicos, necessários para a sobrevivência e o próprio Estado não se expõe de modo a permitir a total dependência do país, pois se a economia e a sobrevivência estiverem fundamentadas em uma empresa estrangeira, numa situação de guerra, por exemplo, se fosse exigido do Estado um posicionamento este teria que apoiar o país que monopoliza sua economia, ainda que esta posição não seja a melhor para a nação, devido à ameaça de uma crise. É a tal história: não é inteligente confrontar quem te sustenta.

Para aqueles que ainda não se convenceram, existe um exemplo prático: a empresa INVEPAL, originária da empresa VENEPAL, uma indústria privada venezuelana de papel. Os proprietários da VENEPAL fizeram um acordo com a multinacional Smurfit, cujo objetivo era fechar a concorrente. Os operários fizeram greves e ocupações para evitar o fechamento da empresa e duas marchas pela sua estatização. Atendendo ao apelo dos trabalhadores, o governo de Chávez expropriou a empresa e instaurou uma co-gestão empresarial, que consiste numa administração conjunta entre governo e trabalhadores. A proposta é que os trabalhadores trabalhem em cooperação e sustentem-se com o dinheiro gerado pelo que eles mesmos produziram, ou seja, exterminando também o princípio-base do capitalismo: a exploração do trabalhador em função da obtenção de lucro.

O primeiro passo foi dado, agora é necessário continuar lutando para que a INVEPAL torne-se cada vez melhor para os trabalhadores, pois se faz necessário ainda a implantação de um modelo democrático válido, que permita a escolha, por meio de votação, daqueles que representarão a cooperativa diante do governo.
Não seria este um passo a ser dado em toda a América Latina?

4 comentários:

Mai. disse...

Saudações camarada! Texto interessante pacas!!! Pô, a estatização é uma das coisas nas quais acredito a princípio.Você propõe então um socialismo? Onde o governo é dono dos meios de produção? Ou propõe a simples estatização das empresas que provêm serviços como educação[já pensou se não houvessem escolas particulares? Todas públicas? Todo mundo com o mesmo ensino e depois vão pro pau a pau no mercado?], saúde, fornecimento de energia [como era antigamente], transporte etc?

Aline H. Martins disse...

Mai^^
Em primeiro lugar, não proponho nem o socialismo, nem a simples estatização. Claro que a proposta de estatização pode ser inserida tanto num modelo socialista quanto num modelo capitalista não-neoliberal, como a ALBA, mas minha intenção com este texto era apenas apresentar uma proposta que julgo interessante. Sendo as empresas propriedades do governo no socialismo, elas supririam as necessidades da população. Na ALBA, por exemplo, essas empresas estatizadas absorveriam a mão-de-obra de modo que o governo não supriria as necessidades da população, mas sim a população supriria suas próprias necessidades utilizando-se de uma proposta cooperativista. Contestando o exemplo do 'pau a pau' do ensino, lembra-se dos Ejidos no México? Onde a terra era de uso coletivo e em que todos podiam utilizar-se dela para seu sustento e lucro? Todos tinham chances iguais, talvez não seja uma proposta perfeita, mas é muito mais igualitária do que a vigente nos dias de hoje.

Mai. disse...

Ah, entendi companheira. Sem dúvidas é uma boa proposta. Só reafirma minha postura de que eliminar ou ao menos "amenizar" a propriedade privada só contribui para o bem estar comum.

;)

Prof.Pedro disse...

Olá camaradas!!!
Belíssimo texto e belíssimas ponderações. Nesse contexto de buscar diminuir as desigualdades e socializar os meios de produção, onde a estatização encaixa-se, é importante ressaltar que os trabalhadores devem estar preparados para assumir o controle da gestão, em uma perspectiva cooperativista, nos moldes da economia solidária.Esse ponto fundamental é determinante para que processos de burocratização e corrupção não desqualifiquem a ação revolucionária.A estatização por sua vez não deve ser uma ação isolada, mas sim, esta deve-se inserir em um grande projeto de nação, e para além disso um projeto de um mundo mais justo. A América latina vive hoje um momento oportuno onde o governo Chavez aponta para um projeto de integração solidária entre os países, exemplo disso, temos o Banco do Sul e a ALBA. O Brasil,porém, caminha ainda de maneira tímida e constrangida, ou até mesmo submissa, sob o olhar ferrenho do nosso incômodo vizinho imperialista. Cabe então a nós, românticos sonhadores, acumularmos uma discussão que leve em conta esse grande projeto libertário, e avançarmos palmo a palmo rumo à uma outra América Latina Possível!